quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Movimento Nacional dos Catadores realizou reunião em Soledade.

Movimento Nacional dos Catadores realizou reunião em Soledade
Na terça, dia 27 de outubro, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal ocorreu um encontro com representantes do Movimento Nacional dos Catadores, coordenado pela Secretaria de Assistência Social e Habitação. Estavam presentes, o Prefeito Cattaneo, o vice-prefeito Roberto Coletti, o secretário da Assistência, Lúcio Dias, representantes das Secretarias e Departamentos Municipais, Conselho do Meio Ambiente, Uergs, Programa de Erradicação de Trabalho Infantil do Cras e catadores e catadoras locais.

Foi abordada a consolidação de uma associação ou cooperativa de catadores de material reciclado com a finalidade de dar andamento ao Plano Municipal de Resíduos Sólidos. Nesta pauta é prevista apoio das entidades portadoras de serviços nesta área. A proposta inicial segundo o grupo reunido, é que o Município apoie a criação da cooperativa ou associação.

A implementação da Coleta Seletiva, oficializada desde 2014 pelo Plano, será ligada a ações de Educação Ambiental em parceria com a Uergs e o Conselho Municipal do Meio Ambiente, através dos recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente para as atividades de formação e organização dos recolhedores de material reciclado.

Mateus de Marco, educador Social e Alex oliveira representaram o Movimento Nacional dos Catadores e João Carlos Pena o grupo local. 
Fonte: Clicsoledade

Encontro reunirá em Campina catadores de materiais recicláveis de 21 municípios.

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Foto: Arquivo Centrac
O Encontro Estadual de Catadores e Catadores da Paraíba acontecerá nos dias 30 e 31 de outubro, nesta sexta-feira e sábado, no Centro de Formação de Educadores, Rua José Marques Ferreira, s/n,Bairro das Malvinas em Campina Grande – PB.
O objetivo do evento é fomentar o protagonismo dos catadores e catadoras na construção de políticas públicas locais, além de fortalecer a organização política desses trabalhadores e trabalhadoras no estado da Paraíba.
O evento contará está sendo organizado por um conjunto de entidades não governamentais, universidades fóruns e redes de apoio a catadores de materiais recicláveis com atuação em todo o Estado. Está confirmada a participação de 150 catadores e catadoras e 50 assessores técnicos e gestores públicos, representando 21 municípios paraibanos.
Três representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis – MNCR dos estados da São Paulo, Bahia e Ceará também estarão presentes, com o intuito de falar sobre as experiências em redes de cooperação, organização política de catadores e contratação dos catadores pelo serviço de coleta seletiva por parte das prefeituras dos municípios.
No primeiro dia, será realizada a mesa temática “De Catador/a para Catador/a: níveis de organização do trabalho”.
Haverá ainda grupos de trabalhos e apresentação de experiências. No segundo dia será constituída a Comissão Estadual do MNCR.
O encontro é uma realização de um conjunto de entidades de assessorias a catadores no Estado da Paraíba, sendo elas: Cáritas Brasileira regional Nordeste 2; Cooperativa Cata – Agreste; Cataforte -Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias; Rede Cata-PB – Comercialização Solidária; Centro de Ação Cultural (Centrac); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Projeto Cooperar para Melhor Coletar; Grupo de Extensão e Pesquisa em Gestão e Educação Ambiental da Universidade Estadual da Paraíba  – GGEA/UEPB; Incubadora de Empreendimentos Solidários – Incubes/UFPB; Incubadora Universitária de Empreendimentos Econômicos Solidários da Universidade Federal de Campina Grande – IUEES/ UFCG; Projetos Ações Integradas de Economia Solidária; Pró- Reitoria de Pesquisa e Extensão (Propex) – Programa de Pesquisa e Extensão-Mobilização Social em Saneamento Ambiental-Instrumentos Práticos e Teóricos de Educação Ambiental; Rede Lixo e Cidadania; Mobilização, Inclusão e Formação de Catadores e Catadoras  de Materiais Recicláveis  de João   Pessoa:  Uma Experiência  Necessária – UEPB; Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR); Governo do Estado da Paraíba; Fundação Banco do Brasil e Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Programação:
30/10 sexta-feira
8h – Credenciamento e café da manhã
8h30 – Mesa de abertura: Representante do Governo do Estado, Senaes, MNCR, MNCR PB, Sesaes, Rede Lixo e Cidadania.
9h30 – Mesa temática: De Catador (a) para Catador(a): níveis de organização do trabalho.
11h – Debate
12h – Almoço
13h30 – Grupos de Trabalho – apresentação de experiências:
1 – Participação de Catadores(as) na construção de políticas públicas para inclusão socioeconômica | 2 – Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis e a organização política dos(as) catadores(as) | 3 – Comercialização e Tributação em Empreendimentos Econômicos Solidários de Catadores (as) | 4 – Organização e Atuação em redes | 5 – Contratação dos Empreendimentos de catadores(as) por serviços prestados.
15h30 – Lanche
16h – Plenária com apresentação dos resultados dos Grupos de Trabalho.
18h – Jantar
19h – Noite Cultural
31/10 sábado
8h às 12h – Formação da comissão estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis na Paraíba e planejamento.
FONTE: Da Redação com Ascom

Lixo acumula e catadores trabalham sem fiscalização em aterro de Olinda.

Resíduos deveriam ser tratados em aterro sanitário, mas ficam amontoados.
Famílias construíram barracos no local e moram há anos em meio ao lixão.

O  Aterro de Aguazinha, antigo Lixão de Olinda, deveria funcionar como um espaço de transição desde 2011. Era para ser um local onde o lixo ficaria reunido por um tempo determinado, até ser levado para o tratamento em um aterro sanitário de Igarassu, no Grande Recife, como manda a lei. De frente, ele parece organizado, mas é só dar uma volta para ver que não é bem assim. Sem nenhuma proteção, o lixo é jogado no limite entre o terreno do aterro e a rua. O esgoto escorre em meio à sujeira. Não há ninguém controlando a entrada das pessoas. E, mesmo sem autorização, muitos catadores de lixo trabalham lá. Parte dos 17 hectares do aterro também funciona como caminho para os moradores da região, que entram e saem sem nenhum problema. No trajeto pra casa, elas garimpam o lixo em busca de algo que possa ser aproveitado. Onde há montes de lixo, os catadores aproveitam. De acordo com a Prefeitura de Olinda, 17 famílias adaptaram suas casas em meio à sujeira.
Mulher e criança passam normalmente dentro do Aterro de Aguazinha, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)Mulher e criança passam normalmente dentro do Aterro de Aguazinha, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)
As casas são improvisadas. Quem depende dos recicláveis para viver acumula o que pode no quintal: no meio do esgoto, embaixo de instalações clandestinas de energia elétrica e perto da criação de animais. Em uma dessas moradias, vive seu Genivaldo com a esposa e os nove filhos. "Para o senhor ver como é a situação. Vim de lá de Tabajara para aqui. Vivo de biscates [trabalho temporário] na rua, quando aparece. Quando não aparece eu ganho umas coisas nas casas dos meus clientes. Pego uma TV, som, umas coisas", explica o idoso.
O dinheiro do lixo é a renda mais certa, quando a família não consegue fazer os bicos. As crianças perderam os benefícios sociais do governo porque preferem ficar no lixão a ir pra escola.
Placa mostra proibição no Aterro de Aguazinha, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Placa mostra proibição no Aterro de Aguazinha,
em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)
Apesar de as placas na entrada do aterro deixarem claro que é proibida a presença de crianças e adolescentes, a reportagem encontrou muitos deles brincando no meio do lixo, dentro do aterro, perto da comunidade. A TV Globo entrevistou uma adolescente de 14 anos, que recolhe resíduos. Ela diz que estuda, sim, mas também trabalha catando objetos que encontra.
“Pego o dinheiro para comprar as coisas para mim, porque eu preciso. A gente cata plástico grosso, latinha para vender”, conta a jovem. "Dependendo do saco, se o saco for grande, a gente tira 80, 80 e poucos, 100 reais", detalha a adolescente. Ela mora dentro do Aterro de Aguazinha há cinco anos, com os pais e os dez irmãos. “Também teve a que morreu. Ela era novinha, morreu de fumaça, que o pessoal queimava lixo aqui dentro”, continua.
O espaço não é ideal para os catadores, que trabalham com quase nenhuma segurança sobre o monte de lixo, perto das máquinas que reviram os resíduos. A presença deles era pra ser proibida aqui, mas Genivaldo confessa que os funcionários do aterro recebem dinheiro para permitir o trabalho. "Todos eles pagam dez 'conto'. Para entrar no lixão, tem que pagar. Se não pagar, eles [os funcionários] tiram onda", diz o morador.
Aterro de Aguazinha, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)Catadores de lixo juntam o que podem de latinhas, papelões e materiais recicláveis no Aterro de Aguazinha, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)
Os catadores sabem que o trabalho é irregular. Sem ter outra chances de sustento, encaram o risco para sobreviver. Até comida eles encontram. Quando dá, levam para casa. “Esse é para tomar um cafezinho mais tarde”, diz um homem. Na mão, um pedaço de bolo encontrado nos montes de resíduos.
Edilene Cristóvão de Farias mora no lixão, mas diz que prefere trabalhar na rua para não ser expulsa pelos vigias. "Trabalho na rua, sou ajudante de pedreiro, limpo mato... Não é digno não, trabalhar aqui. Mas a gente precisa. Se não tem trabalho, vai fazer o quê?", desabafa, falando também pelos catadores que reviram o lixo no aterro.
Trabalhadores juntam materiais no Aterro de Aguazinha, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)Trabalhadores juntam materiais no Aterro de Aguazinha, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)
Respostas
O secretário de Serviços Públicos de Olinda, Manoel Sátiro, informou que a empresa que recebe o lixo em Igarassu suspendeu o funcionamento por alguns dias por falta de pagamento. "Estamos conversando. Na próxima semana, estaremos resolvendo o pagamento e vamos ter de volta o trabalho sendo realizado", disse, em entrevista ao NETV 1ª Edição desta sexta-feira (9). Veja o vídeo acima.
Manoel Sátiro também esclareceu que a Prefeitura possui seguranças no local, mas que vai solicitar reforço à Polícia Militar e à Guarda Municipal. "Em três anos, por duas vezes fizemos a contenção ao redor do aterro. Mas as pessoas vão de madrugada e quebram muro, fazem todo tipo de coisa, mesmo com segurança", alega. Ele garantiu que as providências estão sendo tomadas para a colocação de tubos de cimento e concreto para cobrir as partes quebradas do muro.
Sobre os catadores de lixo, Sátiro afirma que, quando o lixão se transformou em aterro, foi feito um curso para os trabalhadores. "Hoje temos uma associação. Normalmente, os catadores não frequentam essa área, mas estão frequentando no momento porque estão vendo a grande quantidade de lixo e tentando aproveitar para tirar o sustento", afirmou. As famílias devem ser realocadas. "Estamos com uma ação na justiça para que elas possam ser retiradas e colocadas em outro lugar.", continuou.
Com relação ao vigilante que cobra para que os catadores entrem no espaço, o secretário diz não saber. "Agora de manhã tive uma reunião com a equipe para tentar investigar. Sendo funcionário nosso, estará demitido a partir do momento que a gente comprovar esse tipo de atuação", concluiu.
Mulher recolhe materiais no lixão (Foto: Reprodução/TV Globo)Mulher recolhe materiais no Aterro de Aguazinha, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)
  Fonte: Departamento comunicação Uniciclar/O Globo.