O aperto maior na renda dos catadores das cooperativas de
todo o Brasil, esta diretamente ligado à desaceleração econômica,
principalmente da indústria.
A menor produção industrial rediziu a demanda pelos insumos
fornecidos pelos catadores, derrubando os preços dos materiais recicláveis.
O exemplo mais bem acabado esta na garrafa plástica ( PET) ,
produto top dos materiais reciclavéis, , ao lado da latinha de alumínio. O
preço caiu de R$ 2,40 em junho, chegando a R$ 1,00 até menos em algumas regiões
do Brasil, apenas este mês, tendo uma desvalorização de 60%.
EFEITO CASCATA.
O que afetou os PETS foi principalmente a queda da demanda
dos setores automotivo, têxtil e químico. O PET compõe painéis e carpetes de
carros e transformado em resina, é usado na fibra de vidro de ônibus.
Na Aunde, que produz tecidos para bancos de carro, ônibus e
caminhões, de 20% a 30% dos fios de Pet reciclado. “ Consumimos toneladas
deles, Mas com a queda de 20% da produção de veículos reduzimos as compras”,
diz Felipe Borges, Gerente comercial da empresa.
PAPELÃO
O papelão também foi afetado pelo efeito cascata. O produto
é insumo da fabricação de caixas, utilizadas pela indústria para embalar
basicamente tudo de alimentos a celulares, eletrodomésticos a peças de
automóveis.
As vendas de papelão ondulado recuaram 6,12% em outubro de
2015, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 300 toneladas, segundo
associação do setor.
Com o menor ritmo da indústria e do
comércio, o preço do papelão reciclado teve uma queda de 30% na cooperativa
uniciclar, em São Leopoldo/Rs. Em algumas cooperativas no RS esta queda chega a
40%, e em outras regiões do brasil, esta queda chega a 50%.
QUEDA DE RENDA
A renda dos catadores encolheu em outras regiões do
Brasil. Na cooperativa Uniciclar foi de R$ 1.186,00 por catador, para apenas R$
886,00 liquido.
“A queda de renda só não foi maior
por, ainda contamos com muitas empresas parceiras, que doam material, para nós,
e ainda estamos seriamente, estudando junto com a REDE CATAPOA, Central de
cooperativas de Porto Alegre e Região metropolitana, de anteciparmos os
projetos de comercialização em conjunto para podermos agregar qualidade e valor
aos nossos produtos triados.”, conta Pedro Cezar Dutra, catador (34),
Presidente e coordenador da cooperativa.
“ Porém tivemos que aumentar a
capacidade de produção e triagem de 80 toneladas mês para 112 toneladas mês, em
outubro de 2015, para podermos manter, uma remuneração ainda que de passagem
diga-se digna. Mas sabemos que nem todos os catadores e cooperativas contam com
esta parceria de empresas privadas”.
“Também contamos com o contrato de
coleta seletiva em São Leopoldo, o que ajuda, a termos menos gastos, e mais
material dentro da cooperativa”, diz Flavia Limas, catadora (31), coordenadora
de produção.
O contrato de coleta seletiva, com
o Município de São Leopoldo, iniciado em 2014 com as 7 cooperativas de catadores
de São Leopoldo, Uniciclar, Coopervitória, Nova Conquista, Mãos Dadas,
Cooperfeitoria, Univale e Coopersanto Antonio, contribui para que os próprios
catadores façam uma coleta seletiva mais eficiente, mantendo assim uma boa
parceria entre município e catdores.
As cooperativas e associações de catadores de
materiais recicláveis prestam um serviço público à sociedade. Elas estão
constituídas legalmente enquanto organizações civis sem fins lucrativos;
portanto, seu fim último não é o lucro, como é o caso das empresas de
comercialização de materiais. Estas organizações trabalham com a finalidade da
prestação de serviços à sociedade e ao meio ambiente. A coleta porta a porta, a
interação com a comunidade e a capacitação constante de seus cooperados e
associados são formas de garantir novo sentido à atividade de catação e à
função do catador como trabalhador e agente ambiental.
Temos a esperança que em 2016, as coisas
melhorem, e os materiais voltem a ser instável no mercado, e que o consumo,
pela indústria volte a crescer, assim podemos voltar a ter uma melhor renda”,
diz o Catador Fabio Limas (33), financeiro da Uniciclar.
“Tivemos que apertar os cintos, Deixar por
enquanto de fazer alguns investimentos, em estrutura, e focar mais na
remuneração final e dos nossos ganhos, até que a coisa melhore”, diz Marco
Antonio, Catador e cooperado da Uniciclar.
Importância e benefícios da
reciclagem do lixo
Desde a década de 1980, a produção de embalagens e produtos
descartáveis cresceu significativamente, assim como a produção de lixo,
principalmente nos países industrializados. Muitos governos e ONGs
(Organizações Não Governamentais) estão cobrando das indústrias atitudes
responsáveis. Neste sentido, o desenvolvimento econômico deve estar aliado à
preservação do meio ambiente. Atividades como campanhas de coleta seletiva de
lixo e reciclagem de alumínio, plástico e papel, já são corriqueiras em várias
cidades do mundo.
No processo de reciclagem, que além de preservar o meio ambiente
também gera renda, os materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o
papel e o plástico. Esta reciclagem ajuda a diminuir significativamente a
poluição da água, do ar e do solo. Muitas empresas estão reciclando materiais
como uma maneira de diminuir os custos de produção de seus produtos.
Outro importante benefício gerado pela reciclagem é a quantidade
de novos empregos que ela tem gerado nos grandes centros urbanos. Muitas
pessoas sem emprego formal (com carteira registrada) estão buscando trabalho
neste ramo e conseguindo renda para manterem suas famílias. Cooperativas de
catadores de papel e alumínio, por exemplo, já são comuns nas grandes cidades
do Brasil.
Diversos materiais como, por exemplo, o alumínio pode ser
reciclado com um índice de reaproveitamento de aproximadamente 100%. Derretido,
ele volta para as linhas de produção das indústrias de embalagens, reduzindo os
custos para as empresas.
Várias campanhas de educação ambiental têm despertado a atenção
para o problema do lixo nos grandes centros urbanos. Cada vez mais, os centros
urbanos, com altos índices de crescimento da população, tem encontrado
dificuldades em obter locais para instalarem depósitos de lixo (aterros). Logo,
a reciclagem mostra-se como uma solução viável do ponto de vista econômico,
além de ser ambientalmente correta. Nas escolas, muitos alunos são orientados
pelos educadores a separarem o lixo em suas casas. Outro fato interessante é
que já é muito comum nos grandes condomínios residenciais a reciclagem do lixo.
Curiosidade:
- Você sabia que muitos produtos levam muitos anos para serem
absorvidos pelo meio-ambiente?
Veja abaixo uma relação das substâncias e objetos e o tempo que
elas levam para serem absorvidas no solo.
· Papel comum: de 2 a 4 semanas
· Cascas de bananas: 2 anos
· Latas: 10 anos
· Vidros: 4.000 anos
· Tecidos: de 100 a 400 anos
· Pontas de cigarros: de 10 a 20 anos
· Couro: 30 anos
· Embalagens de plástico: de 30 a 40 anos
· Cordas de náilon: de 30 a 40 anos
· Chicletes: 5 anos
· Latas de alumínio: de 80 a 100 anos
O Brasil Recicla:
3% aproximadamente, do lixo sólido orgânico
urbano gerado no Brasil é reciclado.("compostado"). Em Minas Gerais,
considerando somente a área urbana, 4% dos resíduos orgânicos gerados são
reciclados.
47% da
resina PET,o Brasil é um dos maiores recicladores de PET do mundo – em 2005,
reciclou 174 mil toneladas
23% das
46 mil toneladas de embalagens longa vida pós-consumo
20% dos
plásticos
45% das
embalagens de vidro, o Brasil se mantém em um nível intermediário comparado com
outros países
29% das
latas de aço, um fator chave para esse sucesso é a inserção do aço (na forma de
latas de alimentos, bebidas, aerossóis etc.) nos sistemas de coleta doméstica
porta a porta.
96,2% da
produção nacional de latas de alumínio
77,4% do
papel e papelão, o Brasil reaproveitou 2,24 milhões de toneladas para o consumo
aparente de 2,89 milhões de toneladas, o que explica a taxa de 77,4%.
Fonte:
fichas técnicas do CEMPRE
Só o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. O aumento excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder aquisitivo e ao perfil de consumo de uma população. Além disso, quanto mais produtos industrializados existir, mais lixo é produzido. Veja abaixo o destino que é dado ao lixo produzido por nós.
Fonte: Departamento de comunicação Uniciclar.